"Somos servos do Altíssmo, propagadores de uma mensagem que otempo não destruiu e nunca destruirá, nem as artimanhas do inimigo; a mensagem é que Jesus Cristo é o Senhor e reina soberano sobre as nossas vidas".

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

NARCISO ACHA FEIO O QUE NÃO É ESPELHO (Artigo sobre música ruim) Por João Marcos Coelho


É uma verdadeira praga. Está em todos os lugares, em todos os momentos. É a música ruim. Liga-se o rádio e lá está ela. Entra-se no elevador, e vem mais baboseira. E tome-se o castigo em comerciais, nas chamadas dos programas bregas. O problema é universal.

Um grupo de quinze estudiosos reuniu-se num seminário nos EUA para discutir "Bad Music" (Música Ruim), título do livro agora publicado pela Routledge, que leva o subtítulo "The Music We Love to Hate" (A Música Que Adoramos Odiar). Os editores, Christopher J. Washburne e Maiken Derno, já pedem desculpas de saída, no prefácio: "Este livro surgiu durante um bate-papo em torno de uma taça de vinho a respeito da discrepância entre a música à qual os estudiosos dedicam seu precioso tempo e aquela que a maioria das pessoas neste mundo de fato ouvem. Com poucas exceções, os estudiosos acadêmicos tendem a focar na música que tem valor especial em termos de influência, competência e genealogia histórica - e evitam a música trivial, banal do dia-a-dia." Afinal, o que é música ruim?

Para o musicólogo alemão Theodor Adorno, a música do finlandês Sibelius era o máximo de ruindade. Hoje, todo e qualquer crítico de jazz politicamente correto está cansado de bater no saxofonista "light" Kenny G e chamá-lo de palhaço e artisticamente desonesto. Mas ele vendeu mais de 30 milhões de discos, e embalou milhões de pessoas em elevadores mundo afora, nas últimas décadas.

Aliás, todo mundo gosta de bater em cachorro morto. Que mal há em espinafrar as duplas caipiras tipo Chitãozinho e Xororó, a breguíssima Roberta Miranda ou o sumo-sacerdote Roberto Carlos? Não dói, e ainda por cima aumenta prestígio. Alfred Appel, autor de um belo livro, "Jazz and Modernism", diz a certa altura que "os rappers e os roqueiros são chamados de 'artistas' tão facilmente quanto os jornalistas que cobrem suas façanhas são alcunhados de 'críticos". Walter Benjamin, Susan Sontag e diversas outras cabeças estreladas nos advertiram que o tradicional fosso entre a baixa e a alta cultura baseou-se primariamente na diferença entre a aura única da obra de arte e a massificação dos objetos na indústria cultural - e que tudo que tem apelo de massa em geral é olhado como culturalmente suspeito - distorção que a mídia pratica com requintes de perversidade.

Washburne e Derno alertam para outro cacoete da mídia e da academia quando tratam de música ruim: a mania de pescar "jóias raras", que inexplicavelmente nascem no meio do lixo. "Por causa disso", dizem, "um vasto volume de música e músicos considerados medíocres, que não influenciaram ninguém e são comuns, é simplesmente recalcado. Estas pérolas flutuam, então, como minúsculos planetas num enorme universo de música que permanece anônima." Por quê? "Por que os centuriões da academia não valorizam este segmento de música."

O Valor ouviu cinco profissionais ligados à música que possuem sólidas carreiras no Brasil: um compositor erudito, um músico, dois maestros e um jornalista.

Surpreendentemente, encontra-se neles uma atitude em geral muito mais aberta do que a existente no meio musical americano.

O violoncelista Roberto Ring é integrante do grupo Solistas Interarte e diretor da Interarte Produções Artísticas. Ele não deixa por menos: confessa sua paixão juvenil por Roberto Carlos, espinafra um grande nome como o compositor checo Antonin Dvorak ("Tenho enjoos com a breguice americanizante da 'Sinfonia Novo Mundo' e do 'Quarteto Americano'; são muito cafonas, kitsch por definição") e se insurge contra as Nanaiás da vida ("Nada pior que uma soprano histérica com vibrato exagerado").

O compositor santista Gilberto Mendes, do alto de seus 81 anos, abre o jogo: "Acho chato músicas do tipo 'Luar do Sertão' (de Catulo da Paixão Cearense) e 'Tão Longe, de Mim Distante' (de Carlos Gomes), um certo tipo de brasileirismo musical, de modinhas imperiais. Como também acho chatos os chorinhos, com algumas exceções, raras, quando se trata de Pixinguinha, por exemplo. Que posso fazer? Meu gosto foi forjado ouvindo Duke Ellington, Count Basie, Benny Goodman, Stravinsky, Bartok. Na dissonância dura. Quando era criança, não gostava de tangos e fados. Depois passei a gostar, sobretudo dos tangos de Oswaldo Fresedo. O tango passou a habitar minha linguagem. Como pode ver, o gosto também pode mudar."

O maestro Luiz Fernando Malheiro, responsável por uma verdadeira revolução na ópera brasileira - lidera há sete anos o Festival de Manaus, onde completa este ano o ciclo completo do "Anel do Nibelungo", quatro imensas e dificílimas óperas de Richard Wagner, provando a viabilidade de centros líricos fora do eixo Rio-São Paulo - adora odiar "La Serva Padrona" (de Giovanni Pergolesi) e a escola napolitana em geral, embora reconheça sua importância; e também Philip Glass, "no qual não reconheço importância nenhuma". E confessa que adora assistir ao programa de Inezita Barrozo na TV Cultura, "com todos os que se apresentam lá".

Júlio Medaglia, maestro, animador cultural e apresentador de programa diário na Rádio Cultura FM de São Paulo, explica seus ódios e preferências: "Entre os bregas que odeio está essa música tida como 'sertaneja', dessas duplas que massacraram nossos ouvidos e a sensibilidade popular durante todos os anos 90 e que agora agonizam. A música feita por essas duplas não passa de um bolerão brega (em vários ritmos). No mesmo nível, equívoco e período também estão os tais grupos e músicas de pagode. Um lixo. Todas essa música junta não vale uma pausa de um pagode autêntico de um Cartola ou Nelson Cavaquinho." Entre as paixões secretas, ou "bregas que amo", diz Medaglia, estão "a música latino-americana dos anos 50, a bolerada dos Bienvenido Granda, Lucho Gatica, Trio los Panchos. Incluam-se aqui os brasileiros abolerados que fizeram coisas lindas: Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Benito de Paula, sobretudo quando cantadas por Altemar Dutra.

O jornalista Carlos Maranhão gosta bastante de música clássica, vai a concertos com alguma freqüência e tem "predileções que não chegam a ser originais: do barroco ao contemporâneo, com ênfase em Bach, Mozart, Beethoven, Brahms, Stravinski, Bartok... Não tenho formação musical.
"Aprendi quase tudo o que sei ouvindo discos, acompanhando a ótima programação da Rádio Cultura FM e lendo e relendo o livro 'Uma Nova História da Música', de Otto Maria Carpeaux, que implicava com certos compositores e certas músicas."

Maranhão mostra que quase sempre o discurso especializado, esteja na mídia, na academia ou em livros básicos, mas muito pessoais, como o de Carpeaux, não tem a eficácia que se imagina. "Carpeaux lamentava, por exemplo, que o Concerto nº 1 para piano de Beethoven continuasse no repertório, assim como as duas primeiras sinfonias, por que dariam uma falsa imagem de sua música. Confesso que eu ouvia esse concerto com uma certa culpa... o que não acontece mais. Acho que toda música de que a gente gosta tem sua hora." Sim, pode ter sua hora o "Café da Manhã", de Roberto Carlos, assim como uma das preferências populares de Maranhão: Fagner e Joanna cantando "Meu Primeiro Amor".

A leitura de "Bad Music" e os depoimentos ensinam: um dos preconceitos mais perversos da mídia especializada e da academia dirige-se sempre à popularidade de determinadas obras. Se é popular, se agrada a todo mundo, então deve ser ruim, raciocinam os doutos das universidades e das redações. De novo, Maranhão: "No erudito, há alguns pernósticos que torcem o nariz para as passagens mais derramadas de Tchaikovski e Rachmaninov, sem falar das valsas de Strauss. Ou do "Bolero" de Ravel. Acho uma delícia ouvi-los."

Música ruim, portanto, é uma questão de gosto, e envolve um julgamento que depende das circunstâncias sociais e psicológicas no momento em que a pessoa o faz. Eu, por exemplo, adorei Tim Maia e a banda Black Rio desde o início, não dispenso Jorge Bem e adoro Betânia cantando Roberto Carlos (gosto mais de Erasmo do que do Rei). Nelson Gonçalves sempre será incrível ("Vermelho Vinte e Sete"). Quanto aos medalhões, acho um saco ouvir o chato João Gilberto cantando "O Pato" e reclamando do som e intragável o vibrato de Fagner. E não suporto mais a moda dos clones que assola a música popular.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SOU MÚSICO CATÓLICO. O QUE DEVO ESCUTAR?


Atualmente encontramos no mundo uma enorme diversidade de músicas, estilos, sons, instrumentos, melodias, acordes enfim tudo que é relacionado a música. Então, fica a pergunta: o que realmente devo escutar? Posso ouvir músicas tocadas fora da Igreja?

Este tem sido um dos questionamentos que muitos músicos católicos costumam fazer, e são constantemente pressionados pela liderança referente ao assunto.

Eu, Jacytan Melo, este que lhe escreve, acha, como músico e musicista o que mais desejamos (no geral) é fazer o melhor para Deus com arte e graça, pois a música é o nosso principal instrumento de batalha e é com ele que sempre estaremos combatendo as forças do maligno em nossos grupos de oração, na missa ou nos encontros e shows. E para estarmos preparados é necessário estudar música ou o instrumento que usamos. Todo musico tem suas inspirações; no caso do músico católico temos inspiração divina - o Espírito santo - e também num contexto musical pessoas ou artistas famosos que são grandes músicos que já estão no topo, evangelizando multidões com suas músicas.

O músico católico pode e deve tirar proveito da musicalidade mundana, podemos usufruir de técnicas para aplicarmos na música da Igreja. Jamais usar harmonia de músicas profanas em músicas católicas.

Existem muito cantores que tem músicas excelentes e músicos ótimos que não degradem a imagem de Cristo, e que fazem bem para os nossos ouvidos ouvir tais canções.

Tudo podemos aproveitar, tudo podemos usar para que Deus faça a graça acontecer, que o Espírito Santo seja derramado “ ..a musica chega onde as palavras não alcançam...”, e que possamos nos aperfeiçoar cada vez mais, porque a igreja necessita de músicos bem preparados e cada vez melhores, chega de irmos para as missas e encontrar-mos um violão ou um teclado e pessoas que mal entendem de música que estão pra “cobrir espaço”, façamos o que Deus realmente merece.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ELEIÇÕES 2010! Preparemo-nos!!!!!


A política é assunto que interessa a Igreja Católica em sua missão, em seu caminho de evangelização. É também razão intrínseca da existência dos partidos políticos. Contudo, o tratamento dado à política, a partir da fé, guarda nítidas diferenças e distinções quando se compara com a abordagem e as práticas dos partidos. Ora, trata-se de crivos com confluências em muitos pontos, é verdade, porém, essencialmente distintos e, não raras vezes, antagônicos.
 A fé é norteada por princípios e valores que constituem um território próprio para a compreensão do fenômeno político. Os partidos se ancoram em configurações ideológicas que, mesmo se revestindo de valores e princípios, têm suas inerentes inconsistências, reveladoras das fragilidades e dos limites que a ideologia impõe à condição partidária. Estas fragilidades permitem, até com facilidade, sua dissolução ou a prospecção de alianças partidárias mesmo quando as respectivas impostações ideológicas guardam leves ou fortes contradições e até negações.
 É moralmente abominável um partido se juntar a outro, por este ou aquele interesse, desconsiderando completamente suas diferenças, seus princípios. O interesse a ser atingido na conquista do poder e na garantia do seu exercício não pode ser a prioridade. Assim se faz pelos propósitos de alcançar metas, desconsiderando métodos, promovendo alianças inexplicáveis. O importante deixa de ser a fidelidade aos princípios para se considerar apenas o utilitário, que assegura atingir os objetivos: vencer as eleições e conquistar o poder.
 Ética e política são dois termos difíceis de se dissociar – no entanto, se desagregam com muita facilidade no âmbito partidário. Basta ser do interesse do partido e que haja perspectiva da conquista do poder para negociar valores e se abandonar os princípios. Certamente, aqui se pode constatar uma das razões, entre outras, que comprova a fragilidade dos partidos. A fé, como questão de princípio, e não apenas de meio utilizado para alcançar as metas a qualquer custo, não pode, sob pena de decompor-se, jamais negociar valores.
 Essa impossibilidade da não-negociação ética, elemento intrínseco da fé cultuada, não permite uma compreensão ou abordagem que venham a colocar no mesmo balaio, sem guardar as distâncias e diferenças, a fé professada na Igreja, os partidos e a política. A Igreja, pela exigência de sua confissão de fé, não pode abrir mão desse princípio sob pena de tornar-se partidária e perder sua força própria, advinda de valores e princípios que a definem.
 O poder político não é simplesmente algo que se conquista e se exerce segundo critérios próprios de grupos ou indivíduos. Por isso, é imprescindível a referência a uma moral - ancorada em princípios éticos consistentes - para julgar este poder. Essas considerações conceituais que podem parecer muito abstratas, porquanto o são, remetem à discussão recorrente quanto à posição da Igreja Católica. A posição partidária é própria e esperada no exercício da cidadania de cada indivíduo, quando vota, por exemplo. O eleitor escolhe nomes, muitas vezes independentemente do partido e de suas configurações ideológicas. A Igreja respeita esta liberdade e autonomia e as incentiva. Contudo, a Igreja não pode abandonar sua trincheira ética e sua adesão irrenunciável a valores e princípios morais. A partir dessa plataforma a Igreja influencia, define rumos, forma consciências, participa na definição de resultados. A Igreja não pode trocar o discurso produzido no bojo da ética e da moral por aquele feito simplesmente no âmbito partidário. Este tem sua importância e metas a serem alcançadas. Há quem pense que o discurso partidário seja mais forte e eficaz do que aquele que é produzido a partir de valores e princípios. Resultado de configuração obsoleta que considera o discurso partidário persuasivo a partir de promessas variadas e das ladainhas repetitivas sobre o que se fez ou o que será feito, ou ainda o espúrio recurso de candidatos que se alfinetam.
 O discurso partidário na campanha eleitoral, por isso mesmo, não toca os grandes temas, como as reformas do Estado, a reforma tributária, a agrária e outras. O resultado é uma conversa repetitiva, com esterilidades pela impossibilidade de realização do quanto se promete. A força política e o discurso da Igreja não são partidários. A Igreja delineia rumos e critérios para as escolhas, sem se confundir com partidos e suas campanhas eleitoreiras.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo

domingo, 26 de setembro de 2010

O QUE É MÚSICA PRA VOCÊ? Respostado Rodrigo Wendy, coordenador, violonista e voz no Ministério ORE

 
Bom, pra mim a música é a extensão de um sentimento!
 
   Assim como rir é a extensão da alegria e afloramento da felicidade. Assim como as lágrimas
falam quando estamos tristes. Assim como o tremer dos músculos identificam o frio no corpo.
A música consegue trazer à tona qualquer sentimento contido no íntimo do nosso coração.
   Algumas pessoas são orgulhosas demais pra chorar, mas cantam. Outras sentem vergonha
de sorrir demais e por isso cantam. Outras nem cantar sabem, mas entoam canções maravilhosas
nos dedos, ou no sopro, ou num batuque...
   A música nada mais é do que a extensão do coração! Sendo assim, a música direcionada a Deus
nada mais é do que a extensão da minha ORAÇÃO e do meu anseio por ser divino!

MÚSICOS EM ORDEM DE BATALHA! Por Padre Jonas Abib



Não se pode mais brincar de Ministério de música. Não se pode brincar com violão, teclado, bateria, microfone, como se eles estivessem nas mãos de meninos e meninas.
Se você brincou até agora, deixe-se tocar pela contrição do Senhor. Deixe-se penetrar pelo arrependimento que o Senhor lhe dá, porque você brincou com uma coisa santa, brincou com armas de guerra, com almas. Você brincou com a confiança que o Senhor depositou em você e no seu grupo, no seu Ministério de música e na música cristã.
Mas, agora, você pode dizer ao Senhor: "Perdão, Senhor, estou arrependido. Sim, Senhor, me ponho no chão como Davi: jogo poeira e pó sobre a minha cabeça, porque errei, Senhor, porque pequei, brinquei com algo santo, Senhor. Brinquei com a música católica, com a música de guerra, Senhor. Brinquei com a música que existe para salvar almas; me exibi pela música; me servi dela como degrau para subir, para aparecer. Misericórdia, Senhor!"


Padre Jonas Abib - Fundador da Comunidade Canção Nova
Livro "Músicos em Ordem de Batalha"

sábado, 25 de setembro de 2010

VIM TRAZER FOGO À TERRA. Por Ironi Spuldaro


(LC 12, 49), No antigo testamento, o fogo simboliza a Palavra de Deus e o juízo divino que purifica o seu povo. Assim é a Palavra de Jesus: Ela constrói ao mesmo tempo, destrói o que não tem consistência, o que é vaidade e deixar somente a verdade.

João Batista dissera a respeito de Jesus: "Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo" (Mt. 3, 121). Portanto é essa a missão de Jesus: lançar fogo sobre a terra, trazer o Espírito Santo com sua força renovadora e purificadora.

A missão de Jesus é minha, sua, da RCC (Renovação Carismática Católica) e de toda Igreja. Por meios dos grupos de oração podemos realizar as maravilhas que Jesus realizou e experimentar em nós os seus milagres. Gostaria muito que meditássemos o trecho bíblico que está em II Reis 2,1-18, porque ele nos aponta quatro lugares pelos quais devemos passar, para alcançarmos a poção dobrada do Espírito Santo:

1. Sair de Gálgala: é sair da vida de pecado, das vontades próprias, a falta de oração e da desobediência. Só assim Deus poderá agir em nós! Livres do pecado, estamos abertos a graça de Deus.

2. Ir para Betel: ir a "Casa de Deus", ter intimidade com Deus, vida de oração, Eucaristia diária, freqüência ao sacramento da reconciliação e gosto pela santidade.

3. Passar por Jericó: este é o local onde se trava a batalha espiritual. Não mais contra homens de carne, e sim contra os principados, potestade e malígnos que pairam nos ares: os "espíritos imundos". Só seremos vencedores, se tivermos saídos de Gálgala e ido a Betel, pois é neste caminho que encontramos as ferramentas e o sustento para a batalha.

4. Por fim chega ao Jordão: chegar ao lugar onde há humilhação, porque depois da cruz é o que recebemos a plenitude do Espírito Santo. Se rejeitarmos a cruz dificilmente encontraremos a Deus. A cruz aos olhos do mundo é a fraqueza, é pecado, é castigo... É, a primeira vista, o contrário de Deus.

Entretanto, na cruz, o filho de Deus nos mostra quem é Deus: "Deus é Amor" (I Jo 4,8.16).

O Espírito Santo age em nos derramando o amor. O amor é como fogo, o importante é que permaneça aceso e, para que isso aconteça, é preciso queimar sempre alguma coisa, a começar pelo nosso "eu" egoísta.

Um fogo aceso, ainda que pequeno, se alimentando, pode tornar-se um grande incêndio. Aquele incêndio de amor, de paz, de fraternidade universal que Jesus trouxe à terra.

Paz e bem!
Ironi Spuldaro

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

MUSICA PODE SER ORAÇÃO! Por Bento XVI





Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - Bento XVI e os Padres sinodais assistiram ontem à noite, na Sala Paulo VI, no Vaticano, ao concerto da pianista chinesa Jin Ju, prestigiada artista da Academia de Imola, na Itália.

Jin Ju, 33 anos, executou vários clássicos, tocando em 7 diferentes pianos. No final do concerto, o papa tomou a palavra para agradecer aos promotores por esta homenagem e ao público, pela presença no evento.

“Ao longo dos séculos e dos milênios, a música sempre foi usada para expressar aquilo que não se consegue dizer com as palavras, porque desperta emoções difíceis de se comunicar: por isso, as civilizações sempre deram tanta importância e valor à música, em todas as suas formas e expressões” – disse.

A performance da jovem pianista foi aplaudida com muito entusiasmo pelo público e por Bento XVI, que não lhe poupou elogios em seu discurso. O papa também falou da beleza da música, “linguagem espiritual e universal, veículo apropriado à compreensão e união entre pessoas e povos”.

“A música faz parte de todas as culturas e acompanha toda experiência humana, da dor ao prazer; do ódio ao amor, da tristeza à alegria, da morte à vida. A música distende o espírito, desperta sentimentos profundos e convida de modo natural, a elevar a mente e o coração a Deus em qualquer situação, triste ou alegre. A música – concluiu Bento XVI – pode tornar-se oração”.
(CM)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

DO APRENDIZ DE POETA AOS ARTISTAS CRISTÃOS. Por Dalvimar Gallo


Hoje não quero me dirigir somente aos músicos, mas a todos os artistas cristãos. Aos poetas, aos compositores e autores, a atrizes e atores, a pintores e professores e a tantos que exercem o dom da arte dada por Deus.
Quero me dirigir ao artista que mora dentro de ti. Mesmo que nem você ainda tenha notado isso e deixado aflorar esse dom!
Que a tua arte sirva para fazer o ser humano enxergar humildemente o amor disfarçado em música e vestido de poesia e tantas outras artes.
Que cada frase das tuas canções se torne uma fotografia.
Que bastem duas palavras em uma canção para nascer uma cena de perdão e misericórdia na mente e no coração dos filhos e filhas de Deus.
Que os poetas ensinem.
Que os aprendizes queiram aprender ardentemente.
Tenho certeza que dentro de ti, meu irmão e irmã, encontra-se o poder que Deus te destinou para ser transformado em grandes palavras, melodias, ensinos, obras, enfim, em grandes feitos para a humanidade, exatamente como o sol que fornece vida às flores perfumadas do campo.
Não há música católica no mundo como a música católica do Brasil.
Permite que eu te chame assim então: meu amigo representante da arte celestial.
Alegre-se, pois tu representas a boca da justiça e o livro da vida.
Contente-se, pois tu és a fonte da virtude para os que a buscam.
Em marcha, pois Deus te constituiu para ser o pilar da integridade para aqueles que te seguem.
E se acaso a desgraça te derrotou algumas vezes, saiba que ela é a mesma força que ilumina teu coração e faz elevar tua alma do fosso da zombaria ao trono da admiração.
Meu querido artista de Deus: que tuas canções sejam o amanhecer, entre o adormecimento e o despertar.
Que a tua mais triste canção tenha o poder de suavizar nossos sentimentos.
Que a tua mais alegre canção tenha o poder de cicatrizar nossos corações feridos.
Que tua arte nos faça lembrar sempre que a Divindade é a parte verdadeira do homem. Não pode ser vendida a peso de ouro; nem pode ser acumulada como são as riquezas do mundo de hoje.
Que tua arte, tão rica e tão simples, alerte tantos jovens que se esqueceram de seu Deus e buscam apenas auto-absolvição e prazer.
E se alguma vez chorou, meu artista amigo, saiba que as lágrimas que verteu têm mais pureza que o riso estrondoso daquele que se mostra forte e intocável. Tuas lágrimas contém a doçura que não há na ironia do sardônico.
Que as tuas lágrimas limpem o coração da morbidez do ódio e ensinem o homem a participar da dor dos desvalidos.
Suas lágrimas são as lágrimas do nazareno!
Rezo para que toda a tua arte, todo o teu ensinamento e todo o teu viver já se torne hoje um profundo aprendizado para todos nós. E as gerações futuras aprenderão da riqueza deixada por ti em forma de poesia, arte e vida que a tristeza e a pobreza são nada mais, nada menos que uma profunda lição de amor e igualdade.
A tua melodia tem que ter o poder de tirar o ser humano da mesmice!
A tua harmonia e poesia têm de levar o homem a participar dos salmos de glória e da sabedoria eterna.
Tua arte tem de levar a alma a buscar o significado do mistério que o céu contém.
Quando compuser, amigo poeta, busque saber o que cantam os pássaros e o que sussurram os riachos. E que em tua arte esteja contido o murmurar das ondas que, vagarosa e suavemente, beijam as praias.
A ti eu imploro: nos impressione mostrando em tua arte que tu compreendes o que diz a chuva quando ela cai sobre as folhas das árvores.
Que teus ouvidos de artista possam ouvir o que a brisa confessa às flores do campo.
Que tuas letras, músicos cristãos, nos descrevam o que a alma e a natureza conversam entre si!
Ao meu ver, somente os artistas de Deus possuem o dom de transformar em canção o que a Sabedoria Eterna fala numa linguagem tão misteriosa.
Tua poesia não pode ser uma poesia qualquer; ela tem de ser filha da alma e do amor!
Nenhum poeta descreve melhor o sonho do coração humano como o poeta cristão.
Que tu sejas o inspirador de poetas, de compositores e dos grandes realizadores.
Faça com que a arte sacra seja vinho do coração e que nos faça regozijar num mundo de sonhos.
Que tua obra encoraje guerreiros e fortaleça as almas.
Que o teu viver mostre ao mundo que existe um mar de perdão e de ternura em que podemos mergulhar.
Que tuas melodias nos revelem que existe um lugar onde podemos descansar nossos corações e almas.
E aos músicos, em particular, eu peço: que tua música nos ensine a ver com os ouvidos e a ouvir com os corações.

Do eterno aprendiz de poeta,

sábado, 18 de setembro de 2010

Ministério ORE no I Adorai Jovem (Medley)

PADRE PIO, UM SANTO ENTRE NÓS! Por Luís Felipe da equipe Tau Francisco



Há 112 anos num pequeno vilarejo da Itália, no dia 25 de maio, nascia uma pequena criança que se tornaria um grande homem. Grande não por si, mas por ter morrido para si para que Aquele que tudo pode, Se mostrasse a todos.
Esta pequena criança, batizada com o nome de Francesco – Francisco – caminhou desde muito jovem na retidão e no amor a Jesus. Certa fez quando perguntado – ainda criança – se podia ver Jesus e Maria, respondeu com simplicidade: Sim! E você, não? Resposta inocente e profunda de quem quer dizer: Como não ver Jesus e Maria cada dia de nossas vidas quando se tem um coração puro como recomendou Jesus no sermão da montanha (Mt 5)? Mas de fato, o modo como essa criança via a Deus era sempre diferente.
23 anos mais tarde, no dia 10 de agosto, este jovem religioso – agora chamado Pio ou “piucho” para os amigos – sela com Deus um compromisso que se revelará no caráter adquirido neste mesmo dia: Frei Pio é ordenado sacerdote na catedral de Benevento. Caráter indelével; marca eterna impressa no coração de quem se entregou a vida toda a Deus. O sacerdote é aquele, como diz a etimologia da palavra, que oferece o dote sagrado, ou seja, o sacerdote oferece o próprio Cristo cada dia em oblação e para atualizar aquele sacrifício da Sexta-feira Santa.
Além de oferecer a Cristo, aliás, para que essa oferenda tenha eficácia plena – não que Deus dependa do homem para ser eficiente – é necessário que o oferente e a oferenda sejam um!! Sacerdote e Cristo, um e mesmo homem! Coisa sublime e mistério vivido sobremaneira na pessoa desse frágil e pequeno frade/sacerdote franciscano. Deu sua vida com expiação de muitos. Não porque tivesse méritos, mas queria unir sua vida aos méritos do sacrifício de Cristo para que ele também fosse uma oferenda agradável a Deus! O padre Pio de tal modo se uniu a Cristo em seu sofrimento que, a 21 de setembro de 1918, recebera as próprias chagas de Cristo em seu pobre corpo.
Cada madrugada celebrava a santa missa às 3h. Passava em média 10h confessando a multidão ora ávida por conhecer Jesus e se reconciliar de seus pecados, ora apenas curiosa. Em nenhum momento de sua vida chamou a atenção para si. Expulsou aqueles que o tinham como santo! Santo?!?! Só Deus é santo, respondia o padre! “Amai a Nosso Senhor e Nossa Senhora e sejam-lhes fiéis”, dizia sempre o Pe Pio. Soube calar quando foi perseguido sabendo que também o Senhor fora perseguido. Em tudo deu graças a Deus, mesmo sofrendo muito. Nunca deixou de ser um frade, padre e amigo brincalhão e simples que era, mesmo durante a “noite escura do corpo e da alma”. Modelo para os sacerdotes de ontem e de hoje de como deve ser a entrega em prol do povo de Deus sem que Deus seja perdido, ou seja, no amor aos seus filhos e filhas espirituais, sabia que não eram seus, mas de Deus e por isso devia cuidá-los com muito mais zelo e entrega. Não poupou esforços para ajudar os doentes – chegando a ser  o principal responsável pela construção de um hospital que se tornaria referência na Itália no atendimento aos pobres – e necessitados, mas nunca tornou-se prosélito ou assistencialista. Apenas queria que os filhos amados de Deus pudessem viver a dignidade de filhos e filhas do mesmo Pai. Soube amar a Nossa Mãe de maneira sublime, oferecendo-lhe inúmeros rosários diários como prova de amor. Bem, poderia citar, talvez, até milhares de milagres e fatos aqui....mas isso seria pouco diante da grandeza desse pequeno frade.
Ser devoto de Pe Pio para mim, significa ter em mente que o seguimento radical de Jesus e, nossos dias é mais que possível. Ver e rever a sua última Santa Missa gravada; vê-lo desmaiar após a benção final; saber que logo depois recobrara a consciência e que serenamente esperava a “irmã morte”, mostra-nos que não segue quem não quer se comprometer com a Cruz de Cristo. Mostra que quem não quer seguir, constrói sua própria religião de faz de conta e se esquece de imitar os passos do verdadeiro e único Deus.
Padre, interceda do céu junto a nós e peça a Jesus que nos perdoe por não o seguirmos como tu o fizera na escola de Maria; venha  com seu olhar doce e sereno de quem sempre soube que após a tribulação viria a bonança e faz-nos serenos e perseverantes na caminhada; que seu cheiro espalhe sobre o mundo – quem conhece a devoção ao Pe, sabe o que o cheiro quer dizer -, lembrando-nos de que amar Jesus e Maria é a maior graça possível neste mundo! Interceda por nós meu querido padre Pio!
Papa Paulo VI: "Veja que fama ele alcançou! Que clientela mundial reuniu em torno de si! Mas por quê? Por que era um filósofo? Por que era um sábio? Por que dispunha de meios? Não, mas porque rezava a Missa humildemente, confessava de manhã à noite; era, difícil de dizer, representante estampado dos estigmas de Jesus. Era um homem de oração e de sofrimento."

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ritmos... Deus renova todas as coisas!!!!!! Por Wilde Fábio Produtor musical da Comunidade Shalom


“Na verdade é o ritmo que “não presta” ou é a forma como se utiliza esse ritmo que o compromete? A música cristã pode usar de qualquer ritmo? Não existem certos ritmos que já são tão fortemente “contaminados” que não seria conveniente usá-los para falar de Cristo?” Pedro
Mais uma vez as dúvidas do Pedro nos dão um novo post. Vamos lá!
A experiência com Deus se dá no homem inteiro, e não em partes dele! Assim a diversidade de ritmos tem haver com a diversidade de sentimentos, de expressões da vida humana, de culturas em que o homem se expressa.
Alguns ritmos celebram a dor, outros a alegria, outros a tranqüilidade e a oração e por ai vai… Não posso ter a impressão que a experiência com Deus só acontece com a música lenta que emociona e envolve. Não! A experiência e a manifestação de Deus passa por qualquer estilo, linguagem, expressão que seja submetido a Cristo. Com certeza alguns ritmos nasceram como expressões contrárias a verdade, porém, o ritmo é algo mecânico, que se foi marcado pelo pecado, com certeza, na graça de Deus, poderá ser redimido em Cristo e encontrará novo sentido e serventia. Mas isto só pode acontecer quando um artista enraizado neste ritmo tem uma autentica experiência com Cristo. Automaticamente ele se torna capaz de expressar o que experimentou através da linguagem que conhece, não é forçoso, inventado, é natural, tem sentido, serve a experiência inicial que ele teve. Cristo não redimiu partes do homem, mas o homem inteiro. É claro que o uso do ritmo vai ter que ir sendo purificado, ele não poderá ser executado como o mundo fazia, com as mesmas dinâmicas e sensações. Deus renova todas as coisas! Assim na medida que o artista for crescendo em sua experiência com Deus e o servindo, através da sua arte, cada vez mais o próprio Deus ira purificar o seu trabalho para que ele possa mais claramente manifestar o poder de Deus.
Dizer que algum ritmo não pode ser utilizado é dizer que o sacrifício de Cristo não é capaz de redimir o homem inteiro. Sei que isto que estou falando não é fácil, mas é possível. Quem for trabalhar com este estilo precisará buscar maturidade e oração para administrar bem e ir purificando toda marca do pecado. O que podemos enxergar constantemente é a nossa incompetência em expressarmos esta experiência através deste ou daquele ritmo. Acredito que seja mais falta de conversão e evangelização das pessoas que bebem destes berços rítmicos do que incapacidade na utilização. Não é um processo rápido, é árduo, lento e demora muitas vidas inteiras [de pessoas diferentes claro!]. Vejo muitas pessoas brincando… Brincando que tocam determinado estilo, brincando de falar de Deus… e isto muitas vezes enfraquece o ritmo e fortalece os paradigmas antigos que tínhamos. Porém, a uma arte fruto da experiência com Deus, que manifeste a sua ação, no ritmo que for, todos se calam, porque é inegável. Se ainda não é inegável, tem alguma coisa faltando ou errada!
É inegável que ritmo também é questão de público. A quem eu estou me dirigindo? Qual é a forma deste povo? Desta cultura? Qual é a sua linguagem? O seu ritmo?
Outro ponto é: Presta para quê? Tudo também depende da finalidade, e isto esta relacionado a público também. Não vou dizer que poderemos então usar rock ou axé em uma missa, porém o que os impede de fazerem parte de um momento de louvor, de fraternidade, de animação, de primeiro anúncio? Acho que depende da finalidade dele e de onde iremos usá-lo.
Em relação a estes ritmos na música secular diria a mesma coisa. Hoje em dia até canto gregoriano é usado de forma errada, pra causar mal e não bem. A questão é a serviço de quem este ritmo está e não apenas ele em si mesmo.
Quero deixar claro que isso não isenta a necessidade das pessoas que trabalham com estes ritmos entenderem e pesquisarem muito a fundo suas raízes, efeitos sobre o homem, suas especificidades técnicas, freqüências, etc. Não podemos achar que Cristo redime com pó de pin-rin-pin-pin. Passa por nós, pelo nosso conhecimento, pesquisa, estudo, experiência e trabalho.
Um ritmo, por ser uma realidade mecânica, não pode em si mesmo estar contaminado. Seria como dizer que em uma chave de fenda tem um demônio… por mais que a chave de fenda tenha sido usada para cometer um crime, ela é apenas uma chave de fenda, um objeto inanimado, um recurso mecânico, usado para o mal, mas que pode ser usado pra consertar tanta coisa. Existe contaminação sim, mas na forma que a nossa cultura absorveu este ritmo e aí sim, na nossa aplicação prática dele precisaremos identificar e trabalhar para que ele possa servir a Cristo e ao evangelho.
Tudo precisa provar da salvação de Cristo, da redenção. Todas as experiências humanas. Não podemos ter medo ou nos esconder, precisamos dar novo significado. E já temos visto isso em nosso meio. Conhecendo por exemplo a cidade de Salvador, a sensualidade daquele povo, saber que de lá de dentro saiu um grupo como o Alto Louvor que consegue usar do Axé e da Suinguera para o louvor e animação, usando até mesmo da dança, com castidade, pureza e ordem, já é contemplar isso. Ou mesmo o reggae do E3… Irmão, olhe a raiz do reggae, de onde veio, do que era sinônimo até então, e olhe o que assistimos todo ano no palco do Halleluya, o numero de pessoas que são atingidas pela mensagem de liberdade, de juventude sadia, sem drogas…  Deus faz nova todas as coisas!
Acesse p link do blog do Wilde Fábio

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CANTORES DO MUNDO E CANTORES DO CÉU por Padre Zezinho


Há cantores que se sentem inspirados para cantar uma flor ou um rio que corre, uma cachoeira, uma ave que faz vôo rasante, alguém que perdeu um filho, uma pessoa ferida na alma, amores que não deram certo, amores maravilhosos. Há "cantores do mundo" que escolhem cantam o romantismo, a alegria, a festa, o companheirismo. E, ainda, há cantores do mundo que escolhem cantam o deboche, o amor livre, a ousadia. É preciso distinguir entre eles. Há os bons, honestos, sinceros, tranqüilos. inocentes até, e há os mal intencionados que sabem que uma canção maliciosa dá dinheiro.
Do outro lado, há os "cantores do céu" que gostam de louvar a Deus, cantar a bondade e a misericórdia de Deus, exaltar ao Senhor, proclamar o nome de Jesus e mostrar as delícias da contemplação. Escolheram este gênero de canção porque acham que ele faz bem.
Deus inspira a grande maioria dos cantores, tanto os da terra como os do céu, tanto os que cantam as coisas do mundo, como os que cantam as coisas de Deus. Até porque Deus criou este mundo e quem canta a criação está exaltando o Criador. É difícil imaginar que Deus inspire uma canção de deboche ou de desrespeito à família, como também é difícil imaginar que Deus inspire uma canção de algum religioso que ataque outra igreja e diminui a graça de Deus nos outros. Há, portanto, bons cantores que cantam para o céu e há bons cantores que cantam do mundo, sobre o mundo e para o mundo.
"Luar do sertão..." certamente não é uma música religiosa, mas é claro que foi Deus quem a inspirou, porque fala da obra de Deus. "Noite Feliz" é uma canção religiosa e fala do Deus que fez estas obras. Deus inspirou as duas. Por isso, tomemos cuidado quando falamos de cantores do céu como gente boa e de cantores do mundo como gente pecadora ou a serviço do mal. Tomemos cuidado quando citamos canções religiosas como canções boas e canções do mundo como mundanas e pecadoras. Nem toda canção do mundo é mundana ou pecadora; muitas delas elevam e enaltecem o amor humano e a graça de Deus nas pessoas. E nem todo cantor religioso canta coisas elevadas. Pode-se fazer uma canção religiosa ou ruim, péssima até, e pode-se fazer uma canção do mundo boa e excelente. Um pouco de humildade faria bem a nós cantores, que escolhemos cantar as coisas do céu. Temos muito que aprender com os cantores do mundo.
Um pouco de humildade faria, também, os cantores do mundo descobrirem valores nas canções que falam do céu. Todos nós deveríamos aprender a criar e a produzir canções bem feitas, respeitosas e capazes de elevar o espírito humano. Não nos iludamos! Deus não inspira somente quem canta nas igrejas. Ele é maior do que imaginamos e sua luz vai muito além dos telhados, do coro e dos teclados de nossas igrejas. Paremos de estabelecer contraste entre as músicas do mundo e as de Deus. Ele também andou iluminando muitas das canções que alguns pregadores religiosos chamam de música profana. Preste atenção naquelas letras. Algumas são dez vezes mais profundas do que muitas canções que andamos cantando nas igrejas. Melhoremos as nossas e saibamos elogiar o que não é nosso, mas é bom! É mais cristão e muito mais do agrado de Deus!


Pe. Zezinho, scj (pezscj@uol.com.br)
www.padrezezinhoscj.com - Taubaté-SP

MÚSICA É UM PODEROSO MEIO DE APOSTOLADO por Dom Eusébio Sheid

 

Música é um poderoso meio de apostolado, afirma cardeal.


No entanto, Dom Eusébio Scheid diz que \"música medíocre e com letras banais não evangelizam ninguém\".


Segundo o cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, a música é um poderoso meio de apostolado.
Dom Eusébio Scheid recorda que a Igreja Católica emprega-a muito nas celebrações e conta, inclusive, com ótimos corais em diversas paróquias.
Em artigo enviado a Zenit essa semana, o arcebispo afirma que "temos, também, entre os nossos compositores populares, exímios pregadores da Palavra cantada, que vêm desenvolvendo um excelente trabalho de evangelização através da música".
Mas Dom Eusébio enfatiza que se trata, "porém, de um campo que requer permanente cuidado, no sentido de jamais se abdicar da qualidade, pois música medíocre com letras banais, e até mesmo erradas, não evangelizam ninguém. Tornam-se, quando muito, meio de diversão superficial, distração".
O cardeal explica que "a sublimidade da música reflete a transcendência que, dentre todas as criaturas, somente o ser humano é capaz de almejar, pois foi criado por Deus para tal".

"Consideremos que Deus é a harmonia plena. Nele não há dissonância. Nós fazemos parte do grande concerto universal, conduzido pelo Divino Regente", escreve o arcebispo.
"Freqüentemente, porém, desafinamos, cometendo falhas inerentes à nossa imperfeição. Isso, naturalmente, contradiz o que Deus pede de nós, como imagens suas, cuja história deve reprisar a beleza e a harmonia divinas. Ele é o acorde cheio, perfeito, do qual os grandes músicos conseguem haurir a inspiração, traduzindo em suas composições algo da Perfeição Infinita".

E o cardeal cita que muitos dos gênios compositores que a história conhece se notabilizaram também na música sacra.
É que "a música sacra tem o dom de nos aproximar mais intimamente de Deus, pois coloca a inspiração, recebida D´Ele, em função do louvor de sua glória".
Dom Eusébio explica ainda que se pode encontrar uma raiz da música sacra nos próprios Salmos. Recorda que o termo "salmo" (em hebraico mizmor) já significa um tipo de canto, do qual a Bíblia registra 150 composições.
"Na Sagrada Escritura, a música aparece destinada ao louvor a Deus. Este é o grande ideal. Porém, não se excluem as festas, inclusive com danças, as comemorações, as celebrações de todo tipo, sejam profanas, sejam sacras. A Bíblia nos dá uma panorâmica completa sobre a música e o canto primogênito de Israel".
"O canto de louvor é uma oração modulada, harmoniosa. Quem cultiva o hábito de rezar já desenvolve a harmonia interna da própria atitude de falar com Deus. Se consegue colocar isso em canto, ou em música, melhor ainda", escreve o arcebispo.
E confessa que acredita "que no céu vamos saborear muita música: mais sublime, mais extraordinária do que qualquer uma que conhecemos, divinal... Será uma das expressões da nossa felicidade plena, na comunhão eterna com Deus".

Fonte: Dom Eusébio Scheid .

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

MEU MINISTÉRIO NÃO TEM PREÇO! por Walmir Alencar do Ministério Adoração e Vida.


Cobrar ou não cobrar, eis a questão! Que polêmica!

Está todo mundo com a pulga atrás da orelha por causa do famoso "auxílio ministerial". Isso mesmo, estamos falando de dinheiro. Dinheiro que os músicos católicos de hoje recebem depois (ou antes) de evangelizar. Bem, alguém precisa falar alguma coisa a respeito, não é?! Só sei que são tantas teorias sobre o assunto que dava até para escrever livros e defender teses. Confesso que o título deste artigo é bem provocante, mas verdadeiro. Contudo prometo ser imparcial.
A Palavra de Deus é clara e também nos provoca. Ela vem nos colocar em atitude de humildade e temperar nossas ações: "De graça recebeste, de graça dai". Este versículo serve para nos colocar no lugar que Deus nos pôs. Ele é para todos nós ministros de música e é necessário levá-lo no coração e na vida, e em todas as nossas missões de evangelização e para que jamais caiamos no erro de pensar que merecemos o que estamos recebendo. Na realidade não sou contra receber por serviços prestados e creio que a Bíblia também garante isso. Em meu caso, recebo doações... Não importando aqui a forma de receber. Mas recebo. Acho justo e vejo como atitude de irmãos que se preocupam uns com os outros. Pois realmente não é fácil manter um trabalho de evangelização. Contudo precisamos rever algumas coisas e jamais confundi-las:
1- Quem são os operários que a Bíblia diz que merecem seu sustento?
- Certamente não é aquele que vive sem trabalhar durante a semana inteira e quando sai para tocar e cantar nos fins de semana quer exigir o seu pagamento para sustentar sua vida particular. E nem se quer pensa no sustento da obra.
- Os que têm um bom emprego e dão duro a semana inteira, seria uma atitude louvável deixar sua parte de lado; assim diminuiria as despesas dos eventos. Despesas menores, mais convites e eventos na agenda.
- Por outro lado, tem pessoas que trabalham na evangelização dia e noite, e mesmo quando dormem sonham com a evangelização. Não precisamos pensar muito para lembrar desses operários: CODIMUC, Canção Nova, Celina Borges, Padre Antonio Maria (Orfanato), Maria do Rosário (Associação do Senhor Jesus - SP), Izaias (Coração Novo - RJ) e tantos outros, graças a Deus! Alguns que eu não citei não são muito conhecidos do grande público, mas também são verdadeiros operários.
2- Qual é o número de público que temos?
Aqui é que a gente treme na base! Às vezes o valor cobrado pela banda está acima da expectativa de público. E o dinheiro arrecadado é tão pouco, que na realidade o evento foi em prol da banda e não da comunidade que a chamou. Sem contar as enormes despesas que às vezes deixa de herança para essa comunidade. E não adianta ter um valor fixo para todos os eventos. Cada evento é feito em local diferente, com número de público também diferente. Ou seja, é necessário levar em conta a realidade econômica de cada comunidade e região, pois até dentro de uma mesma cidade encontramos diversas realidades. Mas por outro lado concordo que para quem tem um grande público, é loucura não cobrar certos valores, pois também ao contrário, deixar tanto dinheiro assim nas mãos dos organizadores de evento, também seria falta de caridade. Salvo se é para alguma entidade, é claro! Mas quem está na estrada sabe que tem gente aí "sobrevivendo da evangelização". É triste, mas é a realidade. Tem gente que assumiu como fonte de renda e nada mais. Organizam eventos e montam tremendas estruturas para viver disso. Aprendemos com a Madre Igreja, que é obrigação de cristão instruir, e em alguns casos até denunciar. É bom ficar com os olhos bem abertos!
3- Viver da Providência Divina
Longe de ser apenas uma frase corriqueira que muitos músicos gostam de dizer: "Eu vivo da Providência". Se descobrissem o peso desta frase, muitos pensariam melhor sobre o assunto. Porque a Providência Divina em nossa vida não é apenas o que Ele nos dá, mas o que Ele nos nega e o que Ele nos tira. Pois ninguém sabe melhor que o Pai o que é bom para seus filhos. Viver da Providência é viver de Deus, viver inteiramente à Sua Vontade. É olhar para o Senhor e esperar somente dEle a resolução necessária. Claro que com muito trabalho! Essa é a parte que nos cabe.
Mas aquele que olha somente para as suas necessidades, não vive da Providência. O que vive da Providência só tem olhos para o seu Senhor, para Aquele que pode lhe acrescentar todas as coisas. "Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça e todas as coisas vos serão acrescentadas". Enquanto tivermos olhos apenas para os nossos interesses, nosso ministério não crescerá.
Vamos pedir em oração que não falte em nossas vidas o sustento necessário. E que jamais percamos de vista Aquele para quem trabalhamos. Fiquemos na paz e que Deus nos acompanhe em todas as nossas decisões.

A MÚSICA QUE CHAMA por Padre Zezinho


Música é como rosa. Bonita, mas tem espinhos. Pode encantar e pode ferir. Mas o mundo a usa desde tempos imemoriais. De sons desarticulados, mas diferenciados, acabou em harmonia, som após som, justaposição de notas e virou mensagem pensada. Salmistas, sacerdotes e reis sabiam do poder da canção. Davi tocava harpa e, mais tarde, como rei, achou lugar de destaque para a música no seu governo. Tanto que chegava a escalar pessoalmente os cantores do templo, tamanha a importância que dava aos que viviam da música. (1 Cro 9, 33; 15, 27).
Afirma-se que Nero a usava. Os detratores acrescentam: muito mal! Hitler a usou abertamente para o mal. As cortes e os exércitos a usavam e usam. Bandas, orquestras, quartetos, corais, concertos, canto litúrgico, tudo é para divulgar, organizar, motivar e chamar. A música pode ferir, ensurdecer e desestruturar. Pode harmonizar, aclamar e até contribuir para a cura. A músico-terapia é experiência mais séria do que se imagina ou se admite.
Usam da canção as religiões; investem pesadamente nela os católicos, os evangélicos, os mais diversos credos religiosos. Algumas igrejas pentecostais gastam hoje milhões de dólares ou reais na preparação dos seus cantores. Monges, autoridades e povo cantam desde tempos imemoriais. Entre os católicos a música forjou toda uma geração de religiosos. Levantavam e ainda levantam-se de madrugada e vão dormir ao som de louvores cantados. Cantores tocam, cantam e dançam nas salas de concerto, nos templos, nas ruas. Música bem tocada chama o povo. Abre espaço para a mensagem que vem depois. E há uma canção mais agressiva que às vezes vem acompanhada de tóxicos; quem pensou em rock pensou errado. Há muita música que se executa regada de bebida e de tóxicos porque cria e serve a determinado ambientes, no mínimo suspeitos.
Cantam os católicos da Teologia da Libertação, os da Renovação Carismática, os marianos, os arautos do Evangelho, os monges do Tibet, os Pentecostais, os conservadores, os progressistas, os moderados, os ecumênicos, os proselitistas. Sua música traduz o seu modo de ver a terra e o céu. Entra lá a canção que afina com seu projeto. Só ela! Raramente cantam o canto do outro. Nem sequer expõem nas suas lojas as canções do outro movimento ou da outra igreja. Ciumentamente divulgam apenas os seus cantores. É que dentro da canção vai a fé ou a ideologia. Precisam dela porque além de evangelizar, a canção pode ajudar suas obras! Cantam os seus e esperam que o outro os ouça. Eles preferem não ouvir quem não ora como eles.
A música une ou separa. Chama para o amor e para a guerra, para o bem e para o mal. Feita por vozes e instrumentos, ela é também instrumento e porta-voz, de Hitler, Stalin ou de uma simples e humilde escola para cegos. Feliz é quem a usa de maneira ética! Feliz de quem não se deixa dominar ou enganar por ela! Instrumento de diálogo, não deveria cair nas mãos nem dos violentos, nem de pessoas incapazes de dialogar. Não pode ser transformada em arma, nem veículo de mentira ou de fanatismo. É nobre demais para isso!


Pe. Zezinho, scj (pezscj@uol.com.br)
www.padrezezinhoscj.com - Taubaté-SP

POSTURA DO MÚSICO por Karla Fioravante Musicoterapeuta e integrante do Grupo Cantores de Deus


Inicialmente ao falar de postura é preciso avaliar locais, situações, ocasiões. A palavra significa posição do corpo ou parte dele; atitude. Logo, podemos ir além da postura e falar de comportamento que vem a ser o conjunto de reações de um indivíduo.
Habitualmente o que se espera de um ministro de música na igreja é que tenha um comportamento adequado e um movimento de acordo com o ambiente em que está; incluindo bom senso principalmente.
É um tanto complexo falar de posturas e comportamentos, pois se questiona o que é certo e errado, conceitos chegam às pessoas como julgamentos. Não é esse o objetivo desse artigo. Na verdade é apenas para relembrar que é preciso ter uma postura nas celebrações. Lembrar que servimos a Deus, e a igreja é um local sagrado que exige respeito, silêncio, atenção, levar o povo a rezar, celebrar com os momentos de festa, enfim ser instrumento para Aquele que nos colocamos a serviço. Isso inclui um comprometimento, não apenas nos finais de semana, ou durante a celebração, mas está no agir diário de ser cristão em qualquer local e situação.
Durante as celebrações, é bom lembrar, inclusive, que o ministro de música canta com a comunidade e não para a comunidade, o que temos aí uma diferença. O músico, neste caso, tem como missão levar as pessoas a celebrarem e não assistirem uma apresentação musical. Aliás, podemos citar muitas paróquias em que o grupo de canto apenas canta para si mesmo, e a comunidade só assiste. No caso da Santa Missa, o centro é o Cristo, os animadores devem partilhar da canção com povo. Se os cânticos forem novos, ensaiar com a comunidade antes da celebração seria uma boa idéia, mas não cantarem apenas músicas conhecidas por eles (os músicos) e deixar o povo apenas de expectadores/ouvintes.
Algo de suma importância é um bom diálogo com o celebrante, o padre! O sacerdote deve saber as partes da liturgia que foram preparadas para serem cantadas (Glória, Salmo, Santo, Pai-Nosso, Cordeiro), saber os cânticos escolhidos (Entrada, Oferenda, Comunhão, Final) e certamente tais cantos devem estar de acordo com o rito do dia.
Há um grande número de jovens participando de grupos de cânticos nas missas, é belo vê-los presente, mocinhas, rapazes, é nossa igreja amanhã, pais e mães em um futuro próximo, porém esse é o momento de catequizá-los. Deixar os chicletes, blusinhas curtas, decotes, transparências e shorts curtinhos para outros ambientes. Convenhamos que não seja a melhor opção em uma celebração Eucarística e dentro de uma igreja.
Outro detalhe que é necessário citar é a altura dos instrumentos musicais nas celebrações, às vezes estão tão alto que não se escuta letra, o grupo e a comunidade. Instrumento é acompanhamento na celebração. Deve-se ter bom senso quanto a isso, não adianta muito barulho onde se celebra a palavra cantada.
Vale lembrar que conversas paralelas durante a celebração, mesmo que sejam sobre as músicas escolhidas, tons, etc., não é correto. Uma boa dica é marcar um dia e horário para discutir sobre as leituras, os cantos apropriados e os tons das canções. Na hora da celebração certamente não é o mais coerente. No caso de uma extrema necessidade, usar de discrição seria o mais viável.
Durante a execução dos cantos, também existe uma forma de se portar. A postura de nosso corpo deve estar de acordo com aquilo que se canta. A expressividade é um todo. Além das técnicas aplicadas ao canto, também é importante observar como se apresentar, como transparecer nossa essência, como sorrir e respondemos a essa expressividade. Ao cantar, os olhos, o corpo, a face corresponde ao que a música representa em nós e procura-se através das canções levarem pessoas a Deus!
A harmonia dos sinais (canto, música, palavras e ações) é aqui mais expressiva e fecunda por exprimir-se na riqueza cultural própria do povo de Deus que celebra”. CIC 1158
Colocar um dom à disposição da igreja é colocar sua vida em serviço. Que saibamos estar inteiros em nossa missão, fazendo de nossa música uma música voltada para o Cristo e levando nossos irmãos a celebrar em harmonia com nossa expressão.

Karla Fioravante
karla.fioravante@terra.com.br
Cantores de Deus - São Paulo-SP

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QUE TIPO DE MÚSICA COMPOR? por Alexandre Santos


Os compositores são pessoas que têm uma missão de traduzir em canções a própria vida. Na história da Música, diversos autores retrataram o dia-a-dia, os costumes, o modo de viver, os acontecimentos do seu tempo e da sua sociedade. O poeta é aquele que vê o que todos vêem, mas de maneira diferente. Os seus olhos conseguem enxergar além dos problemas, dos fatos, da história.
Quem compõe letras e melodias (assim como todo e qualquer artista, na especificidade de sua arte) é responsável pela expressão de um povo, de uma cultura. É um cronista do seu tempo. Daí a responsabilidade de quem se dispõe a transformar suas experiências em canções que vão embalar as experiências de vida de outras pessoas.
Ao longo da história do Brasil, a Música Popular Brasileira exerceu uma função contestadora e produtora de uma nova mentalidade. Durante o período da Ditadura Militar, por exemplo, muitos compositores, em meio às investigações do Dops e à ação da censura, conseguiam despistar os censores. Através da poesia e da melodia, denunciavam a tirania dos militares, utilizando-se de linguagem simbólica.
Na história do povo de Deus, os salmistas também conseguiam traduzir as dores e esperanças pessoais e comunitárias, denunciar injustiças e elevar clamores ao Criador através do texto musicado. As Sagradas Escrituras contam que o canto de Davi (a quem são atribuídas as composições de diversos salmos) acalmava a alma do rei Saul.
Observando essas duas características, dá para se ter uma idéia da tamanha responsabilidade que o compositor cristão tem diante do seu ministério e da sua Igreja. Não é apenas uma responsabilidade de quem expressa seus sentimentos ou experiências, mas de quem expressa, em suas canções, o que Deus quer falar para o seu povo. O compositor católico precisa estar muito atento ao que o Senhor suscita e transformar isso em poema e melodia, permanecendo fiel à essência da mensagem divina. Por isso, quem se propõe a compor precisar ter diversos cuidados para que a sua música, ao invés de aproximar, não afaste as pessoas da condução de Deus.
Um primeiro cuidado que o compositor precisa ter é estar bem informado a respeito da opinião da Igreja sobre os assuntos em discussão na sociedade, conhecer a doutrina, prestar atenção nos pronunciamentos do Papa, enfim, é preciso estar atento para que as letras expressem aquilo que realmente é a realidade da Igreja. É preciso ter muito cuidado para não produzir letras vazias, que não dizem nada, que dizem da mesma maneira que muitos outros já disseram ou que fogem dos ensinamentos da Igreja Católica.
Claro que há espaço para músicas de animação, de dinâmica, mas penso que o compositor deve, mesmo na mais simples das canções, dizer algo que faça as pessoas pararem para refletir sobre suas vidas. Nossas letras têm sempre que trazer uma frase, uma palavra, que leve o homem a se questionar, a cair em si e, assim como o filho pródigo da parábola, tomar uma decisão. A música precisa trazer, de forma inteligente e cativante, a novidade e, principalmente, a verdade do Evangelho.
Considerando que os ministros de música precisam ser antes de tudo profetas, as canções que são interpretadas por esses ministérios também devem ser proféticas. Daí vem uma segunda preocupação que todo compositor cristão deve ter: estar em constante estado de oração e adoração.
Não há como saber o que Deus quer falar para o seu povo sem estar com o Senhor. Não há como colocar a inteligência e a sensibilidade artística a serviço dele sem submeter-lhe toda a vida. Quem ora, compõe! Quem vive as experiências da vida, colhendo os ensinamentos de Deus, tem matéria prima abundante para suas composições. Sem isso, a pessoa pode até juntar palavras bonitas e colocar ritmos e melodias interessantes, mas suas músicas serão repetitivas, porque o novo surge a cada dia, mas é preciso estar mergulhado em Deus para encontrá-lo.
No meio secular, nós vemos músicas e músicas. Algumas são tão profundas que perpassam gerações e nunca deixam de cumprir a sua missão de mover o coração humano para uma atitude interior (e por vezes exterior) diante da vida. Porém, temos visto também o surgimento de algumas músicas vazias, imbecilizantes, feitas só para agradar interesses imediatos, cujas letras não dizem nada. Essas canções (se é que podem ser chamadas assim) são geralmente repetitivas, e de fácil assimilação, justamente para atender aos interesses do mercado. Esse é um risco que a música católica e cristã, de um modo geral, corre quando enxerga a produção de CDs e o lançamento de novos cantores e bandas apenas como uma segmentação de mercado, um negócio, e não como um chamado de Deus.
Mas uma música que fala de Deus pode ser imbecilizante? Pode. Se ela privilegiar apenas o consumo, em detrimento da sua função maior, que é ser profética, e se não levar as pessoas a questionarem a sua vida de fé.
Esse risco não está, necessariamente, relacionado à diversidade de ritmos e estilos musicais. Qualquer ritmo é bem-vindo, desde que traduza a linguagem e a expressão de Deus para com o seu povo, leve os homens a celebrar a presença do Senhor em suas vidas e, como diz Santo Agostinho, os faça orar duas vezes.
A música é viva e produz fruto quando ela expressa a nossa intimidade pessoal com Cristo, quando ela surge de uma fé vivida no dia-a-dia, no trabalho, na família, na vivência paroquial, na experiência concreta do Deus Conosco. Precisamos de letras e melodias que, de forma criativa, nos façam pensar, alegrem o nosso coração, nos encham de esperança, nos catequizem, nos evangelizem, nos formem, nos informem, suscitem o desejo pela oração, elevem a nossa alma ao coração de Deus.

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